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30 de dezembro de 2007

Aberta a temporada de caça aos piolhos

A doença, que atinge pessoas de todas as classes sociais, está entre as de maior incidência na população infantil do país. De acordo com o dr. Guilherme José Sigrist, pediatra colaborador da Associação Brasileira de Pediculose*, a única maneira comprovadamente eficaz para eliminar 100% de piolhos e lêndeas é o uso do pente fino de metal associado a um pediculicida garantido pelo Ministério da Saúde.
"O pior inimigo não é o piolho, mas a lêndea. O melhor pediculicida não mata mais que 60% das lêndeas. A maneira mais simples e eficaz para combater a pediculose é o uso periódico do pente fino de metal tanto para prevenir, como para eliminar lêndeas e piolhos", explica Sigrist
*Associação Brasileira de Pediculose - ABP, entidade sem fins lucrativos, tem como principal objetivo reunir estudiosos e profissionais na área de saúde com o intuito de realizar pesquisas acadêmicas, promover campanhas, cursos, simpósios, seminários, congressos, conferências e palestras com vistas à prevenção e tratamento da pediculose no Brasil. Além disso, a ABP poderá desenvolver tecnologias alternativas, produzir e divulgar informações e conhecimentos técnico-científicos sobre a doença.

PEDICULOSE CAPILAR, PROVOCADA POR PIOLHOS, NÃO DISTINGUE CLASSE SOCIAL E PREDOMINA SOBRE DEMAIS ENFERMIDADES INFANTIS

"Pediculose é a infestação cutânea causada pela presença do 'Pediculus capitis', conhecido popularmente como piolho da cabeça. Trata-se de uma doença endêmica - se dá de maneira massiva e permanente -, que afeta principalmente crianças entre 4 e 12 anos, apesar dos adultos não estarem livres dela". Assim a Associação Brasileira de Pediculose define a doença, considerada um problema de saúde internacional que afeta toda a comunidade, independente da classe social ou condições de higiene.
De acordo com o dr. Guilherme Sigrist, pediatra da Associação Brasileira de Pediculose, as estatísticas existentes sobre pediculose no Brasil não demonstram, de maneira fiel, qual é a porcentagem da população infestada. Mas para entender a dimensão do problema basta saber que no ano passado foram vendidas 8 milhões de unidades de produtos piolhicidas no país e este número cresce anualmente. As estatísticas, aplicadas por analogia ao Brasil, mostram que a pediculose predomina sobre todas as demais doenças infantis combinadas. Apesar das campanhas de prevenção, o problema continua agudo, sobretudo para a população infantil e escolar. O editorial Pediculicide Performance, Profit and the Public Health, em Archives of Dermatology, publicação da American Medical Association dos Estados Unidos, afirmam que foi demonstrado que organismos causadores de tifo e febre recorrente se reproduzem nos piolhos da cabeça e do corpo.
As conseqüências da pediculose afetam tanto o campo físico como o psicológico e social. "A pediculose pode produzir dermatites severas com coceira intensa, o que pode provocar mudança no comportamento da criança, como insônia, por exemplo. Em casos mais graves, pode-se chegar à adenopatia (inflamação dos gânglios cervicais) e às escoriações passíveis de infecção. Nesse caso, as lesões constituem entradas permanentes de bactérias, inclusive aquelas trazidas pelas fezes do piolho, como por exemplo a Escherichia coli, segundo estudos da Universidade de Miami", alerta Sigrist. O desânimo e a angústia que a chegada dos piolhos produz no ambiente familiar também não podem ser desprezados, assim como os gastos, dedicação e tempo que requer um tratamento eficaz.

LÊNDEA, O PIOR INIMIGO

Ovo é mais resistente aos tratamentos convencionais que o próprio piolho
"O pior inimigo não é o piolho, mas a lêndea. O melhor pediculicida não mata mais que 60% das lêndeas", afirma o Dr. Guilherme José Sigrist, pediatra colaborador da Associação Brasileira de Pediculose.
No volume Dermatologia Neonatal e Pediátrica (Edimed, junho/1995, Buenos Aires), no capítulo que se refere às parasitoses, a Dra. Irene Glikin explica que "as lêndeas são ovais, pequenas (aproximadamente 0,5 mm) e hermeticamente fechadas, o que dificulta a ação dos medicamentos sobre elas. Além disso, os ovos são fixados nos fios de cabelo por uma espécie de cimento muito firme (substância quitinosa)".
A expectativa de vida dos piolhos é de 40 dias. Durante seu ciclo biológico, cada fêmea deposita cerca de 200 ovos. O período de incubação da lêndea é de oito dias e, dentro de mais oito, temos um piolho adulto pronto para a reprodução. Para ser eficaz, qualquer tratamento precisa levar em conta este ciclo.

PREVENÇÃO

Os piolhos se proliferam, sobretudo, em ambientes quentes e úmidos. Mas, ao contrário do que se imagina, sua incidência não têm relação direta com a higiene. A pediculose também não respeita barreiras sociais, econômicas ou geográficas e tem alcançado uma proliferação surpreendente, como demonstra o aumento, ano a ano, das vendas de piolhicidas no país.
O Dr. Guilherme Sigrist esclare que, assim como acontece com as bactérias diante dos antibióticos, os piolhos criam resistências contra os pediculicidas, razão das constantes mudanças que os laboratórios fazem em suas fórmulas.
As pesquisas têm procurado encontrar um produto que modifique as condições do habitat do parasita (o couro cabeludo) tornando-o inabitável. Até que os resultados não se concretizem, o exame periódico da cabeça das crianças e o uso do pente fino de metal é a melhor prevenção.

ESCOLHENDO O TRATAMENTO

Ainda hoje existe a crença em métodos caseiros e comprovadamente improdutivos na eliminação dos piolhos. O mais difundido e que apresenta as mais graves conseqüências - coceira, lesões e intoxicação - é o querosene. Por outro lado, também é prejudicial o exagero das promessas feitas por alguns pediculicidas, segundo aponta artigo de Archives of Dermatology: "Lamentavelmente a publicidade farmacêutica não tem sido fonte de esclarecimentos, em detrimento da divulgação de práticas coerentes de diagnóstico, tratamento e prevenção da pediculose. Essas empresas não têm considerado a fé excessiva da população nos supostos benefícios dos produtos que comercializam, e muito menos sua segurança".
Nos Estados Unidos, o FTC (Federal Trade Commision) obrigou os grandes laboratórios a retirarem de seus produtos etiquetas com a promessa de que matam 100% das lêndeas, por falta de trabalhos científicos que o demonstrem. "Não existem fórmulas mágicas quando o assunto é pediculose. Não há pediculicidadas que eliminam 100% de piolhos e lêndeas", confirma o Dr. Guilherme Sigrist.
Segundo a Associação Brasileira de Pediculose, a utilização de produtos medicinais sem uma conduta organizada e completa só aumentará a resistência dos parasitas, anulando o efeito dos produtos. As instruções para a aplicação de shampoos medicinais devem ser seguidas ao pé da letra. As datas dessas aplicações devem coincidir com o ciclo de vida do parasita.
Outro ponto importante é o fato de que os pediculicidas contêm substâncias tóxicas. Todo produto medicinal, toda droga, pode conter uma certa toxidade. A reação a ela varia de indivíduo para indivíduo. "Alguns produtos, se utilizados sem controle, podem causar sérios problemas. Se usados em excesso e por um longo período, ao serem absorvidos podem causar até mesmo danos ao sistema nervoso central", explica Sigrist. No caso de pediculicidas, podem surgir, por exemplo, irritações cutâneas ou da mucosa ocular. Os especialistas recomendam o uso de espumas - que não escorrem-, ou uma toalha para proteger olhos, boca e ouvidos durante a aplicação dos medicamentos. "O pente fino é o método mais simples e totalmente natural na eliminação de piolhos e lêndeas, não causando alergias ou intoxicação de qualquer espécie", explica o pediatra.
A American Medical Association enumera os benefícios do uso do pente fino e a eliminação total das lêndeas, quebrando assim o ciclo biológico do parasita e extirpando a doença:
· Impede a auto-reinfestação e a transmissão a outros durante os sete dias
· anteriores à segunda etapa do tratamento;
· Elimina ou diminui a necessidade eventual de um segundo tratamento, limitando a exposição de crianças muito pequenas e lactantes aos pesticidas;
· Potencializa a eficácia dos pediculicidas, ao permitir o uso de produtos menos tóxicos;
· A difusão de práticas para a eliminação de lêndeas obriga a uma observação periódica e metódica da cabeça das crianças. Este é o melhor método de prevenção da pediculose.

CONSELHOS DE PREVENÇÃO

Já que é impossível evitar o contato entre as crianças em escolas, parques, etc, os conselhos mais eficazes para prevenir a invasão dos parasitas são:
- Não compartilhar objetos pessoais como pentes, escovas, bonés, gorros, bandanas, tiaras, travesseiros, almofadas.
- Manter os cabelos curtos ou presos;
- Desinfetar com o pediculicida ou água quente (60 graus), objetos de uso pessoal que podem estar infestados;
- Lavar com água quente (60 graus) fronhas, lençóis e toalhas de quem está com piolhos;
- Limpar com aspirador de pó poltronas, almofadas e bichos de pelúcia, onde os piolhos podem ter ficado;
- Passar periodicamente o pente fino.

ESTE SÃO PROFISSIONAIS DE EXCELENCIA.......rsrsrs























29 de dezembro de 2007

Ensinos infantil e médio receberão livros de literatura

Globo Online

BRASÍLIA - Todas as escolas públicas de educação infantil e de ensino médio cadastradas pelo censo escolar receberão acervos de literatura em 2008. Pela primeira vez, o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) atuará nas duas modalidades de ensino e também no fundamental. O investimento para que as escolas montem suas bibliotecas é de R$ 28 milhões. Os livros foram adquiridos este ano com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) e serão enviados pelos Correios.
No ensino médio, serão distribuídos acervos com 160 títulos a 17.049 escolas de todo o Brasil. As obras foram escolhidas pela Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC) e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Cerca de 7,7 milhões de alunos terão acesso a livros de física, química, matemática, biologia, filosofia, geografia, história e sociologia, com 12 títulos para cada um dos oito componentes curriculares, além de 40 títulos de literatura brasileira e portuguesa, dez de artes, dez sobre educação física e quatro gramáticas.
As escolas de educação infantil receberão acervos com 60 títulos, escolhidos com o auxílio do Centro de Alfabetização da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mais de cinco milhões de alunos até cinco anos de idade terão acesso aos livros, específicos para a faixa etária.
Para a coordenadora-geral de estudo e avaliação de materiais do Ministério da Educação (MEC), Jane Cristina, a iniciativa é uma maneira de universalizar o acesso à literatura.
- Esse programa existe desde 1997, mas essa ampliação do atendimento estimulará a leitura no ensino médio e a formação de leitores na educação infantil - afirma.
Outra novidade em 2008 será a distribuição de livros didáticos de ensino médio, que no próximo ano englobará as disciplinas de história e química. Além disso, serão adquiridos os livros de física e geografia a serem distribuídos no ano seguinte. Assim, para esse nível de ensino, será concluído, em 2009, o atendimento a todas as disciplinas.
Os recursos para a aquisição de livros em 2008 são de R$ 550 milhões.

Educação Infantil para que(m)?A organização do trabalho pedagógico com crianças de 0 a 6 anos.


O que é Educação Infantil?
Os objetivos do trabalho pedagógico com crinças de 0 a 6 anos.
Historicamente, no Brasil, a Educação Infantil tem sido encarada de diversas formas: como função de assistência social, como função sanitária ou higiênica e, mais recentemente, como função pedagógica. De modo geral, podemos dizer que, em nosso país, existem dois tipos de Educação Infantil, constituindo um sistema educacional que visa, desde a mais tenra idade, reforçar a exclusão e a injustiça social presente na economia capitalista: há a “Educação Infantil dos Pobres” e a “Educação Infantil dos Ricos”.
A “Educação Infantil dos Pobres” baseia-se na concepção de que as crianças das classes trabalhadoras têm deficiências de todos os tipos (nutricionais, culturais, cognitivas, etc.), as quais precisam ser compensadas pela escola, a fim de que, no futuro, as crianças possam ter alguma instrução e, assim, desempenhar o seu papel na sociedade: o de trabalhador.
As mães da classe trabalhadora precisam de algum lugar onde possam deixar seus filhos durante o dia, e para isto foram criadas as creches e pré-escolas públicas, local onde as crianças poderiam suprir as carências provenientes do seu meio ambiente social. Visto que tais crianças são consideradas muito “carentes”, qualquer atendimento dado a elas é satisfatório, pois já pode ser visto como uma melhoria nos estímulos que recebem no seu meio ambiente natural.
Deste modo, cria-se um atendimento na Educação Infantil onde encontramos: classes superlotadas, poucos adultos para atender a um número grande de crianças; espaços físicos improvisados e inadequados, onde as crianças não podem se movimentar livremente (porque o espaço é pequeno e/ou perigoso), bem como não encontram estímulos ou desafios; despreocupação com os aspecto essenciais da Educação Infantil, o educar e o cuidar (indissociáveis um do outro), afinal, a criança está ali apenas para que a sua mãe possa trabalhar; adultos que atuam junto às crianças, com pouca ou nenhuma formação pedagógica, já que não são considerados como educadores, mas como babás.
Do outro lado, temos a “Educação Infantil dos Ricos”. Ela também foi criada devido à necessidade que as mulheres/mães, hoje em dia, têm de trabalhar fora de casa, mas apresenta concepções e práticas diferentes. Os pais, neste caso, pagam caro para que as crianças freqüentem as “escolinhas”, por isto as instituições esforçam-se para atender aos anseios das famílias, que esperam garantir a melhor educação possível para os filhos, preparando-os para as provas que o futuro reserva, como o vestibular e o mercado de trabalho.
Aqui a Educação Infantil tem a função de preparar a criança para o ingresso, com sucesso, na primeira série do Ensino Fundamental. Por isto é preciso desenvolver as habilidades cognitivas: treina-se a coordenação motora; ensina-se a criança para reconhecer e copiar letras e números; e, a fim de promover a boa saúde das crianças, ensina-se hábitos de higiene e boas maneiras. As escolas têm infra-estrutura muito rica, com piscinas, quadras de esportes e salas de informática, além de estarem sempre limpas, e com murais enfeitados.
Para mostrar o desenvolvimento dos alunos, as escolas procuram organizar eventos para as famílias, como festas onde as crianças apresentam números artísticos, acerca de temas relativos às “Datas Comemorativas”. Ou realizam reuniões pedagógicas onde entregam aos pais os “trabalhinhos” das crianças: tarefas mimeografadas, o livro didático preenchido, e as atividades artísticas, além de relatórios sobre as crianças (sob a forma descritiva ou folhas do tipo questionário de múltipla escolha, preenchidos pelo professor).
Entretanto, podemos perguntar: Serão estas propostas pedagógicas suficientes para garantir o direito das criança a uma Educação Infantil que estimule o seu desenvolvimento integral? Em busca de respostas, encontramos algumas pistas, por exemplo, na concepção do psicanalista Winnicott:
“A função da escola maternal não é ser um substituto para uma mãe ausente, mas suplementar e ampliar o papel que, nos primeiros anos da criança, só a mãe desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de infância, será possivelmente considerada, de modo mais correto, uma ampliação da família ‘para cima’, em vez de uma extensão ‘para baixo’ da escola primária.”
(WINNICOTT, 1982, p. 214)
A Educação Infantil surgiu quando as mulheres precisaram buscar seu espaço no mercado de trabalho. Por isso, a educação das crianças de 0 a 6 anos desempenha um importante papel social. Entretanto, não pode ser considerada substituta das mães, o que acarreta uma confusão de papéis acerca da função da Educação Infantil. Por um lado, provoca uma desvalorização dos profissionais que atuam neste nível de ensino; considerando-se que estes educadores não precisam de uma sólida formação teórico-prática, basta que saibam cuidar adequadamente do bem-estar físico das crianças, evitando sujeira, doença ou bagunça. Por outro lado, considera-se que esta é uma “extensão para baixo” da escola fundamental, onde as crinças devem ser treinadas para o acesso à primeira série. Os educadores, desta forma, também não precisam de sólida formação (são menos qualificados que os de outros níveis de ensino), e devem ser mais sóbrios na relação com as crianças, para facilitar a adaptação destas na 1ª série.
Winnicott aponta um caminho diferente. Quando afirma que a Educação Infantil seria melhor considerada uma “ampliação para cima da família”, o autor pretende apontar para o fato de que, ao entrar na escola, a criança não deixa de lado a vida afetiva (centrada sobretudo na mãe) que vivia no lar. Ao contrário, ela está ali para ampliá-la, relacionando-se com os educadores e com outras crianças, de diversas idades, com valores culturais e familiares diferentes dos seus. É importante, também, ressaltar que qualquer aprendizagem está intimamente ligada à vida afetiva. Por tanto não cabe à escola minimizar esta vida afetiva, mas sim ampliá-la, criando um ambiente sócio-afetivo saudável para a criança na escola.
Acerca destas tarefas de socialização, de natureza sobretudo afetiva, podemos, também, acrescentar:
“As tarefas das crianças pequenas nas creches e pré-escolas são muitas e de grande importância para o seu desenvolvimento cognitivo e emocional, e o principal instrumento de que utilizam são as brincadeiras. Nesses locais, elas têm de aprender a brincar com as outras, respeitar limites, controlar a agressividade, relacionar-se com adultos e aprender sobre si mesmas e seus amigos, tarefas estas de natureza emocional.
(...)
O fundamental para as crianças menores de seis anos é que elas se sintam importantes, livres e queridas.”
(LISBOA, 2001)
Entretanto, a Educação Infantil não se restringe ao aspecto social e afetivo, embora eles sejam de fundamental importância para garantir as demais aprendizagens. Porém, qual tipo de organização pedagógica poderá permear estas aprendizagens? Novamente o Dr. Antônio márcio Lisboa, pediatra, pode contribuir para a nossa resposta:
“A escola dos pequeninos em de ser um ambiente livre, onde o princípio pedagógico deve ser o respeito à liberdade e à criatividade das crianças. Nela, os pequeninos devem poder se locomover, ter atividades criativas que permitam sua auto suficiência, e a desobediência e a agressividade não devem ser coibidas e, sim, orientadas, por serem condições necessárias ao sucesso das pessoas.”
(LISBOA, 1998, p. 15)
Entendemos que a organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil deve ser orientada pelo princípio básico de procurar proporcionar, à criança, o desenvolvimento da autonomia, isto é, a capacidade de construir as suas próprias regras e meios de ação, que sejam flexíveis e possam ser negociadas com outras pessoas, sejam eles adultos ou crianças. Obviamente, esta construção não se esgota no período dos 0 aos 6 anos de idade, devido às próprias características do desenvolvimento infantil. Mas tal construção necessita ser iniciada na Educação Infantil.
Consideramos que a Educação Infantil tradicional não procura desenvolver a autonomia, mas sim a heteronomia, ou seja, a dependência, da criança, de regras e meios de ação ditados pelo adulto. A heteronomia é característica do pensamento das crinças de 0 a 6 anos, entretanto, a escola tradicional a reforça. A criança, neste modelo pedagógico, deve sempre esperar a ordem do adulto: ver o modelo do exercício mimeografado antes de fazê-lo; ver a maneira correta de realizar um trabalho manual antes de iniciá-lo; esperar que o adulto resolva o conflito com a outra criança (premiando uma das partes e repreendendo a outra); esperar a ordem para que possa levantar-se da cadeirinha e movimentar-se (como o adulto pede), como bem relata Lisboa:
“Chega ao colégio e – surpresa! – pedem-lhe que faça um navio. A coisa que ele mais gosta: desenhar. Faz um navio lindo, redondo como a lua, cheio de árvores no interior e com dois bichos nadando – elefantes, diz ele. A professora olha a obra de arte, pergunta o que é e recebe a resposta: ‘Um navio!’ Carinhosamente, a professora vai até o quadro e desenha um navio clássico, com velas, proa e popa, um digno navio de adulto, e diz: ‘João Paulo, isto é um navio e elefante não nada!’ João Paulo havia feito um navio original, diferente dos outros, lindo, nunca feito por alguém. Havia criado o primeiro navio redondo, e a professora, que seguramente não havia lido O Pequeno Príncipe, deu-lhe uma lição de como as pessoas devem ser bitoladas desde criancinhas.”
(LISBOA, 1998, p. 15)
Certamente, este não é o melhor modelo pedagógico, se pretendemos o desenvolvimento integral e a construção da autonomia infantil. Para que a criança possa alcançar estes objetivos o modelo pedagógico deve proporcionar-lhe situações em que ela possa vivenciar as mais diversas experiências, fazer escolhas, tomar decisões, socializar conquistas e descobertas. Vale ressaltar que não se trata de um trabalho espontaneísta, onde o adulto não organiza objetivamente as atividades oferecidas às crianças, assumindo um papel de mero espectador, que observa e espera o desenvolvimento dos pequeninos.
Trata-se de uma organização do trabalho pedagógico em que o adulto/educador e as crianças têm, ambos, papéis ativos. Cabe ao educador pesquisar e conhecer o desenvolvimento infantil a fim de poder organizar atividades onde a criança possa experimentar situações as mais diversas, que possam lhe proporcionar, como veremos no quadro que se segue:

OBJETIVOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ø Ø Sentir-se segura e acolhida no ambiente escolar, utilizando este novo espaço para ampliar suas relações sociais e afetivas, estabelecendo vínculos com as crianças e adultos ali presentes, a fim de construir uma imagem positiva sobre si mesma e sobre os outros, respeitando a diversidade e valorizando sua riqueza.
Ø Ø Tornar-se, cada vez mais, capaz de desenvolver as atividades nas quais se engaja de maneira autônoma, e em cooperação com outras pessoas, crianças e adultos. Desta forma, desenvolver a capacidade de começar a coordenar pontos de vista e necessidades diferentes dos seus, socializando-se.
Ø Ø Interagir com o seu meio ambiente (social, cultural, natural, histórico e geográfico) de maneira independente, alerta e curiosa. Isto é, estabelecendo relações e questionamentos sobre o meio ambiente, os conhecimentos prévios de que dispõe, suas idéias originais e as novas informações que recebe.
Ø Ø Apropriar-se dos mais diferentes tipos de linguagem construídos pela humanidade (oral, escrita, matemática, corporal, plástica e musical), de acordo com as suas capacidade e necessidades, utilizando-as para expressar o seu pensamento e as suas emoções, a fim de compreender e comunicar-se com as outras crianças e os adultos.
Assim sendo, o educador precisa ter em mente estes objetivos, a fim de avaliar as atividades que ele planeja e as suas próprias atitudes, observado se elas proporcionam às crianças meios de alcançar estes objetivos. Deve também, atuar de maneira extremamente próxima às crianças, sendo um mediador para que elas alcancem os objetivos propostos. E, também, deve avaliar o desenvolvimento do grupo onde atua e de cada criança, em particular, sem, porém, jamais compará-las umas às outras, compreendendo que cada uma delas carrega histórias de vida e ritmos de desenvolvimento próprios.
Currículo vivo: a organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil.
Toda instituição de educação possui um currículo, e desenvolve a organização do trabalho pedagógico baseando-se nele. Por vezes, este currículo pode estar registrado num documento formal, mas, na realidade, a maior expressão do currículo encontra-se na prática pedagógica diária, realizada em cada sala de aula (ou fora dela, em outros espaços pedagógicos oferecidos pela escola).
Acreditamos que o currículo da Educação Infantil manifesta-se concretamente através das atividades planejadas pelos educadores e oferecidas às crianças. Por esta razão, consideramos essencial analisar as modalidades de planejamento presentes na Educação Infantil. No planejamento, o educador expressa os objetivos de sua prática educativa, os métodos utilizados e a modalidade de avaliação adotada. Segundo Ostetto (2000, p. 175-200), os modelos mais comuns de planejamento adotados nas instituições de Educação Infantil brasileiras são:
Þ Þ Listagem de Atividades: consiste em listar as atividades a serem cumpridas durante os vários momentos da rotina, o que geralmente proporciona longos momentos de espera, pela criança, entre uma atividade e outra, sendo que estas são planejadas pelo adulto que a atende, sem que exista muita expectativa deste em atender às necessidades da criança. Por isto a concepção de avaliação restringe-se às expectativas do adulto referentes ao “bom comportamento” das crianças. Afinal, este não espera que as atividades oferecidas proporcionem algum tipo de desenvolvimento às crianças; espera apenas que a criança cumpra as tarefas propostas, preenchendo o tempo durante o qual ela permanece na instituição, sem causar distúrbios, como brigas, bagunça, sujeira, barulho, etc.
Þ Þ Datas Comemorativas: geralmente composto por festejos dedicados a marcar as várias datas do calendário comemorativo (Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, etc.). Pode, muitas vezes, reforçar preconceitos e estereótipos, pois baseia-se na concepção de história sob a ótica do vencedor. (Ninguém “comemora” os derrotados.) Também contribui para a estereotipia o fato de que as datas praticamente se atropelam, restando pouco tempo para que a sua origem seja realmente aprofundada e compreendida. Tomemos, como exemplo, o mês de abril: Páscoa, Tiradentes, Descobrimento, aniversário de Brasília... Será possível realmente compreender o significado de cada uma delas? O conhecimento torna-se, muitas vezes, fragmentado e repetitivo (afinal, todos os anos são “comemoradas” as mesmas datas). O objetivo das comemorações seria fornecer informações às crianças. Por exemplo, em relação ao “Dia do Índio”: espera-se que a criança compreenda que eles foram os primeiros habitantes do Brasil, que vivem em aldeias, que moram em ocas, etc. Como as crianças são ainda pequenas, as informações são “simplificadas” para que elas possam memorizá-las no curto espaço de tempo destinado a cada comemoração. Assim, acabam transmitindo concepções, muitas vezes, equivocadas. Voltando ao exemplo do Dia do Índio: não se informa às crianças que existem várias aldeias indígenas no Brasil, que cada uma tem costumes e culturas muito ricos e diversos, nem sobre o massacre a que os colonizadores portugueses submeteram esta população. Quanto à avaliação, vemos uma maior preocupação com a verificação da transmissão de conteúdos, que devem ser reproduzidos pelas crianças nas mais diversas atividades (construir com sucata a oca do índio, de acordo com o modelo trazido pela professora; desenhar o índio com tanga, cocar e segurando o arco-e-flecha; copiar a palavra índio, dentre outras).
Þ Þ Planejamento baseado em aspectos do desenvolvimento: influenciado pela Psicologia do Desenvolvimento, este tipo de planejamento procura contemplar todas as áreas do desenvolvimento infantil (psicomotor, afetivo, cognitivo, social, etc.). As atividades são selecionadas de acordo com o valor que possam ter para o desenvolvimento da criança. Se, por um lado, procura observar a criança como um todo, por outro, peca por vê-la como um ser ideal, situado numa faixa de presumível “normalidade”, e não considera o contexto sócio-histórico onde ela se encontra inserida. Assim sendo, podem haver conflitos nos critérios de avaliação: A criança será avaliada de acordo com as expectativas ideais, descritas nos compêndios de Psicologia, ou será avaliada levando-se em conta, também, os aspectos sócio-históricos que marcam sua vida? Não negamos as contribuições da Psicologia à Educação Infantil. é essencial que o profissional de Educação Infantil compreenda o desenvolvimento social, afetivo, psicomotor e cognitivo da criança. Entretanto, ele deve considerar que este desenvolvimento dá-se em ritmos diversos, de acordo com a história de vida da criança, e com as possibilidades oferecidas pelo seu meio ambiente, sem que variações nesse ritmo sejam vistam como “atrasos” ou “deficiências”. A avaliação não deve apenas identificar tais problemas, mas apontar soluções, caminhos e possibilidades de atuação pedagógica, para que a criança possa vir a superá-los, com o auxílio dos educadores.
Þ Þ Temas Geradores/Centros de Interesse: são elencados temas semanais, supostamente interligados um ao outro, para serem trabalhados em todas as turmas de uma instituição. Partem do pressuposto de que os “temas” despertariam os interesses de todas as turmas envolvidas, do “maternal” ao “pré”. O objetivo deste modelo pedagógico seria ampliar os conhecimentos das crianças, alargando o seu universo cultural. Entretanto, o profissional de Educação Infantil pode encarar o trabalho com temas de diversas maneiras: Num modelo tradicional, o adulto/professor, escolhe o tema a ser trabalhado pela classe, e espera que, nas avaliações (realizadas pela observação em todas as atividades desenvolvidas) a criança reproduza aquilo que aprendeu. Por exemplo, se o tema gerador foi “Animais”, é esperado que a criança saiba dar informações sobre os hábitos de diversos animais, classificando-os de acordo com os critérios repassados pelo adulto, tais como “animais que vivem na terra”, “animais que vivem na água”, “animais que voam” e assim por diante, sem levar em conta que as crianças podem vir a criar critérios muito diferentes para classificá-los. Já numa visão identificada com a pedagogia escolanovista, as crianças têm um papel mais ativo, e maior possibilidade de expor suas próprias idéias. Os temas nem sempre são impostos ao grupo de crianças pelo professor, ou pela coordenação pedagógica, mas partem da sua curiosidade natural, observada pelo educador. Entretanto, por ater-se apenas aos “interesses” dos alunos, neste caso o educador pode pouco contribuir para que as crianças ampliem o seu mundo e seus conhecimentos.
Þ Þ Conteúdos/Áreas de Conhecimento: podemos citar como exemplo deste tipo de planejamento o “Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil” (RCNEI) e o “Currículo para a Educação Básica no DF – Educação Infantil/4 a 6 anos”, pois ambos dividem as atividades a serem desenvolvidas “Formação Pessoal e Social”, “Conhecimento de Mundo”, “Linguagem Oral e Escrita”, “Conhecimento Lógico-Matemático” e “Natureza e Sociedade”. Destacamos que este tipo de trabalho surgiu como uma oposição à pré-escola assistencialista, baseada na concepção de educação compensatória (KRAMER, 1995). Vale, ainda, registrar que, na exacerbação deste modelo de planejamento, a Educação Infantil pode vir a copiar a divisão por disciplinas do Ensino Fundamental, tornando-se uma espécie de “cursinho preparatório” para o ingresso na 1ª série, copiando, também, o modelo de avaliação do Ensino Fundamental: avaliação por disciplinas, a qual, ainda que seja realizada durante o processo, observando o desenvolvimento da crianças nas diversas atividades, propostas pela rotina da instituição educativa, não considera a inter-relação que existe entre os diversos eixos do conhecimento e do desenvolvimento infantil.
Þ Þ Projetos de Trabalho: o projeto de trabalho parte dos interesses e necessidades apresentados pelos próprios alunos; por isso, nem sempre todas as turmas de uma escola desenvolverão o mesmo projeto. Desse modo, respeita-se as características de cada grupo, bem como as particularidades de cada indivíduo, levando-se em conta o contexto sócio-histórico onde estes estão inseridos. Quando é adotado o planejamento através de projetos, a avaliação apresenta-se mais integrada ao planejamento. Isto porque os temas, datas, etc., não são elencados previamente pelo adulto, seja ele o professor ou o coordenador pedagógico, sem que eles conheçam a realidade concreta das crianças. Nem atendem apenas aos interesses naturais que os adultos constatam pela observação das ações espontâneas das crianças. O projeto parte de uma proposta que os educadores definem após um contato inicial com as crianças e o seu meio ambiente (social, cultural, histórico, geográfico), procurando atender às necessidades constatadas. Entretanto, ele é um planejamento mais flexível. Sua duração de tempo não é predeterminada com rigidez; não é um tema que deve “durar uma semana”, ou uma data a ser festejada apenas na sua época. E seu andamento, as atividades propostas às crianças, dependem da observação e reavaliação constantes do trabalho pedagógico, feitas pelo educador. As crianças têm oportunidade de sugerirem rumos diferente para o seu planejamento, nas “rodas de conversa” em que o educador e seus colegas de sala escutam seus relatos e idéias. O educador conduz o processo pedagógico, mas sempre avaliando, ouvindo e observando as crianças junto às quais atua, visando o seu desenvolvimento integral.
No cotidiano da Educação Infantil, todos esses modelos de planejamento coexistem: em maior ou menor grau; com maior ou menor, harmonia; sendo quase impossível distingui-los. Entretanto, uma das modalidades de planejamento acaba sendo a principal, e, ao optar por adotá-la, o educador expressa a sua escolha por um modelo pedagógico.
Como já afirmamos anteriormente, o nosso modelo pedagógico de Educação Infantil visa o desenvolvimento integral e a construção da autonomia infantil. Por esta razão, optamos pela Pedagogia de Projetos (projetos de trabalho), por consideramos que ela possibilita, ao professor e às crianças, um papel ativo na construção do planejamento e do projeto político-pedagógico que ele possibilita.
Isto ocorre porque os temas abordados nos projetos não são determinados pela coordenação pedagógica, direção do estabelecimento de ensino ou documentos oficiais – o que tornaria o educador, que está na sala de aula, um passivo executor de planejamentos alheios a ele e à sua turma de crianças. Nem são definidos somente pelo educador/adulto, o que tornaria as crinças/alunos passivos diante do professor. Mas são definidos pelas crianças e adultos/educadores em conjunto, atendendo à suas expectativas, curiosidades e necessidades, procurando alcançar os objetivos que propusemos anteriormente.
A fim de possibilitar às crinças um ambiente onde elas possam pesquisar e expressar os temas que desejam abordar nos projetos, o educador deve, desde o início do ano letivo, organizar o espaço pedagógico (a sala de aula, demais espaços da escola, e outros espaços que a comunidade possa oferecer), proporcionando diversas experiências às crianças. Afinal, os temas não surgirão apenas da “espontaneidade” das crianças, mas de sua interação com um meio ambiente rico e estimulante. Denominamos esta organização do espaço pedagógico de rotina, e consideramos que, dentre inúmeras possibilidades, a rotina deve oferecer às crianças momentos onde elas possam desenvolver as atividades sugeridas no quadro que se segue:
ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Hora da Roda
Este momento é presente na rotina de diversas instituições de Educação Infantil, e, podemos afirmar, é um dos mais importantes para a organização do trabalho pedagógico e o desenvolvimento das crianças. Na roda, o professor recebe as crianças, proporcionando sensações como acolhimento, segurança e de pertencer àquele grupo, aos pequenos que vão chegando. Para tal, pode utilizar jogos de mímica, músicas e mesmo brincadeiras tradicionais, como “andoleta” e “corre-cotia”, promovendo um verdadeiro “ritual” de chegada. Após a chegada, o educador deve organizar a roda de conversa, onde as crianças podem trocar idéias e falar sobre suas vivências. Aqui cabe ao educador organizar o espaço, para que todos os que desejam possam falar, para que todos estejam sentados de forma que possam verem-se uns aos outros, além de fomentar as conversas, estimulando as crianças a falarem, e promovendo o respeito pela fala de cada um. Através das falas, o professor pode conhecer cada um de seus alunos, e observar quais são os temas e assuntos de interesse destas. Na roda, o educador pode desenvolver atividades que estimulam a construção do conhecimento acerca de diversos códigos e linguagens, como, por exemplo, marcação do dia no calendário, brincadeiras com crachás contendo os nomes das crinças, jogos dos mais diversos tipos (visando apresentá-los às crianças para que, depois, possam brincar sozinhas) e outras. Também na roda deverão ser feitas discussões acerca dos projetos que estão sendo trabalhados pela classe, além de se apresentar às crinças as atividades doa dia, abrindo, também, um espaço para que elas possam participar do planejamento diário. O tempo de duração da roda deve equilibrar as atividades a serem ali desenvolvidas e a capacidade de concentração/interação das crianças neste tipo de atividade.
Hora da Atividade
Neste momento da rotina, o professor organizará atividades onde a criança, através de ações (mentais e concretas) poderá construir conhecimentos de diferentes naturezas: Conhecimentos Físicos (cuja fonte é a observação e interação com os mais diversos objetos, explorando as suas propriedades); Conhecimentos Lógico-Matemáticos (resultado de ações mentais e reflexões sobre os objetos, estabelecendo relações entre eles), e Conhecimentos Sociais (de natureza convencional e arbitrária, produzidos pelo homem ao longo da historia – a cultura. Por exemplo, a leitura e a escrita, e conhecimentos relacionados à Geografia, à história e a parte das Ciências Naturais). As atividades que proporcionam a construção destes tipos de conhecimentos podem estar ligadas aos temas dos projetos desenvolvidos pela classe, ou podem ser resultado do planejamento do professor, criando uma seqüência de atividades significativas. A organização da sala de aula , para o desenvolvimento de tais atividades, deve proporcionar às crianças a possibilidade de trocarem informações umas com as outras, e de se movimentarem, e de atuarem com autonomia. Assim sendo, é importante que a disposição dos móveis e objetos na sala torne possível: que as crianças sentem em grupos, ou próximas umas das outras; que haja espaço para circulação na sala de aula e que os materiais que as crinças necessitarão para desenvolver as atividades estejam ao seu alcance, e com fácil acesso. Estas atividades também podem ser realizadas em espaços fora da sala de aula, como. Por exemplo, se a turma está desenvolvendo um projeto sobre insetos, pode dar uma volta no jardim da escola, à procura de exemplares para o seu “Insetário”. De qualquer modo, é necessário que o professor planeje as atividades oferecidas, que forneça às crianças os materiais necessários para a sua realização e, sobretudo, esteja presente, ouvindo as crianças e auxiliando-as, pois somente assim ele poderá compreender o desenvolvimento das crianças e planejar atividades cada vez mais adequadas às necessidades delas. Para realizar este acompanhamento, o professor pode planejar e oferecer ao grupo atividades diversificadas, em que cada criança escolhe, dentre as várias atividades disponíveis, em qual se engajará primeiro.
Artes Plásticas
O trabalho com artes plásticas na Educação Infantil visa ampliar o repertório de imagens das crianças, estimulando a capacidade destas de realizar a apreciação artística e de leitura dos diversos tipos de artes plásticas (escultura, pintura, instalações). Para tal, o professor pode pesquisar e trazer, para a sala de aula, diversas técnicas e materiais, a fim de que as crianças possam experimentá-las, interagindo com elas a seu modo, e produzindo as suas próprias obras, expressando-se através das artes plásticas. Assim, elas aumentarão suas possibilidades de comunicação e compreensão acerca das artes plásticas. Também poderão conhecer obras e histórias de artistas (dos mais diversos estilos, países e momentos históricos), apreciando-as e emitindo suas idéias sobre estas produções, estimulando o senso estético e crítico.
Hora da História
Podemos dizer que o ato de contar histórias para as crianças está presente em todas as culturas, letradas ou não letradas, desde os primórdios do homem. As crinças adoram ouvi-las, e os adultos podem descobrir o enorme prazer de contá-las. Na Educação Infantil, enquanto a criança ainda não é capaz de ler sozinha, o professor pode ler para ela. Quando já é capaz de ler com autonomia, a criança não perde o interesse de ouvir histórias contadas pelo adulto; mas pode descobrir o prazer de contá-las aos colegas. Enfim, a “Hora da História” é uma momento valioso para a educação integral (de ouvir, de pensar, de sonhar) e para a alfabetização, mostrando a função social da escrita. O professor pode organizar este momento de diversas maneiras: no início ou fim da aula; incrementando com músicas, fantasias, pinturas; organizando uma pequena biblioteca na sala; fazendo empréstimos de livros para que as crianças leiam em casa, enfim, há uma infinidade de possibilidades.
Hora da Brincadeira
Brincar é a linguagem natural da criança, e mais importante delas. Em todas as culturas e momentos históricos as crianças brincam (mesmo contra a vontade dos adultos). Todos os mamíferos, por serem os animais no topo da escala evolutiva, brincam, demonstrando a sua inteligência. Entretanto, há instituições de Educação Infantil onde o brincar é visto como um “mal necessário”, oferecido apenas por que as crianças insistem em fazê-lo, ou utilizado como “tapa-buraco”, para que o professor tenha tempo de descansar ou arrumar a sala de aula. Acreditamos que a brincadeira é uma atividade essencial na Educação Infantil, onde a criança pode expressar suas idéias, sentimentos e conflitos, mostrando ao educador e aos seus colegas como é o seu mundo, o seu dia-a-dia. A brincadeira é, para a criança, a mais valiosa oportunidade de aprender a conviver com pessoas muito diferentes entre si; de compartilhar idéias, regras, objetos e brinquedos, superando progressivamente o seu egocentrismo característico; de solucionar os conflitos que surgem, tornando-se autônoma; de experimentar papéis, desenvolvendo as bases da sua personalidade. Cabe ao professor fomentar as brincadeiras, que podem ser de diversos tipos. Ele pode fornecer espelhos, pinturas de rosto, fantasias, máscaras e sucatas para os brinquedos de faz-de-conta: casinha, médico, escolinha, polícia-e-ladrão, etc. Pode pesquisar, propor e resgatar jogos de regra e jogos tradicionais: queimada, amarelinha, futebol, pique-pega, etc. Pode confeccionar vários brinquedos tradicionais com as crianças, ensinando a reciclar o que seria lixo, e despertando o prazer de confeccionar o próprio brinquedo: bola de meia, peteca, pião, carrinhos, fantoches, bonecas, etc. Pode organizar, na sala de aula, um cantinho dos brinquedos, uma “casinha” além de, é claro, realizar diversas brincadeiras fora da sala de aula. Além disso, as brincadeiras podem despertar projetos: pesquisar brinquedos antigos, fazer uma Olimpíada na escola, ou uma Copa do Mundo, etc.
Hora do Lanche/Higiene
Devemos lembrar que comer não é apenas uma necessidade do organismo, mas também uma necessidade psicológica e social. Na Bíblia, por exemplo, encontramos dezenas de situações em que Jesus compartilhava refeições com seus discípulos, fato que certamente marcou nossa cultura. Em qualquer cultura os adultos (e as crianças) gostam de realizar comemorações e festividades marcadas pela comensalidade (comer junto). Por isso, a hora do lanche na Educação Infantil não deve atender apenas às necessidades nutricionais das crianças, mas também às psicológicas e sociais: de sentir prazer e alegria durante uma refeição; de partilhar e trocar alimentos entre colegas; de aprender a preparar e cuidar do alimento com independência; de adquirir hábitos de higiene que preservam a boa saúde. Por isto, a hora do lanche também deve ser planejada pelo professor. A disposição dos móveis deve facilitar as conversas entre as crinças; devem haver lixeiras e material de limpeza por perto para que as crianças possam participar da higiene do local onde será desfrutado o lanche (antes e depois dele ocorrer); deve haver uma cesta onde as crianças possam depositar o lanche que desejam trocar entre si (estimulando a socialização e, ao mesmo tempo, o cuidado com a higiene). Além disso, é importante que o professor demonstre e proporcione às crianças hábitos saudáveis de higiene antes e depois do lanche (lavar as mãos, escovar os dentes, etc.). O lanche também pode fazer parte dos projetos desenvolvidos pela turma: pesquisar os alimentos ais saudáveis, plantar uma horta, fazer atividades de culinária, produzir um livro de receitas, fazer compras no mercado para adquirir os ingredientes de uma receita, dentre outras, são atividades às quais o professor pode dar uma organização pedagógica que possibilite às crinças participar ativamente, e elaborar diversos projetos junto com a turma.
Atividades Físicas/Parque
Fanny Abramovich lembra-nos, com muito humor, o papel usualmente atribuído ao movimento nas nossas escolas: “Não se concebe que o aluno sequer possua um corpo. Em movimento permanente. Que encontre respostas através de seus deslocamentos. Um corpo que é fonte e ponte de aprendizagens, de reconhecimentos, de constatações, de saber, de prazer. Basicamente, possui cabeça (para entender o que é dito) e mão (para anotar o que é dito). Portanto, pode e deve ficar sentado o tempo todo da aula. Breves estiramentos, andadelas rápidas, podem ser efetuadas nos intervalos. No mais, os braços são úteis para segurar livros/cadernos/papéis e pés e pernas se satisfazem ao ser selecionados para levantar/perfilar/sair. E basta.” (ABRAMOVICH, 1998, p. 53) Na Educação Infantil, o principal objetivo do trabalho com o movimento e expressão corporal é proporcionar à criança o conhecimento do próprio corpo, experimentando as possibilidades que ele oferece (força, flexibilidade, equilíbrio, entre outras). Isto proporcionará a ela integrá-lo e aceitá-lo, construindo uma auto-imagem positiva e confiante. Para isso o professor deve proporcionar atividades, fora e dentro da sala de aula, onde a criança possa se movimentar. Alongamentos, ioga, circuitos, brincadeiras livres, jogos de regras, tomar banho de mangueira, subir em árvores... são diversas as possibilidades. O professor deve organizá-las e planejá-las, mas sempre com um espaço para a invenção e colaboração da criança. O momento do parque também assume uma conotação diferente. Não é apenas um intervalo para descanso das crianças e dos professores. É mais um momento de desafio, afinal, há aparelhos, árvores, areia, baldinhos e pás, pneus, cordas, bolas, bambolês e tantas brincadeiras que esses materiais oferecem. O professor deve estar próximo, auxiliando e estimulando a criança a desenvolver a sua motricidade e socialização, ajudando, também, a resolver os conflitos que surgem nas brincadeiras quando, porventura, as crianças não forem capazes de solucioná-los sozinhas.
Atividades Extra-Classe
(Interação com a comunidade)
A sala de aula e o espaço físico da escola não são os únicos espaços pedagógicos possíveis na Educação Infantil. Em princípio, qualquer espaço pode tornar-se pedagógico, dependendo do uso que fazemos dele. Praças, parques, museus, exposições, feiras, cinemas, teatros, supermercados, exposições, galerias, zoológicos, jardins botânicos, reservas ecológicas, ateliês, fábricas e tantos outros. O professor deve estar atento à vida da comunidade e da cidade onde atua, buscando oportunidades interessantes, que se relacionem aos projetos desenvolvidos na classe, ou que possam ser o início de novos projetos. Isto certamente enriquecerá e ampliará o projeto político-pedagógico da instituição, que não precisa ser confinando à área da escola. Podem haver até mesmo intercâmbios com outras instituições educacionais.
Obs.: Quadro baseado em DEVIRES e ZAN (1998). Utilizamos algumas terminologias das autoras, acrescentando elementos da nossa própria prática pedagógica.
A rotina é um elemento importante da Educação Infantil, por proporcionar à criança sentimentos de estabilidade e segurança. Também proporciona à criança maior facilidade de organização espaço-temporal, e a liberta do sentimento de estresse que uma rotina desestruturada pode causar. Entretanto, como vimos, a rotina não precisa ser rígida, sem espaço para invenção (por parte dos professores e das crianças). Pelo contrário a rotina pode ser rica, alegre e prazerosa, proporcionado espaço para a construção diária do projeto político-pedagógico da instituição de Educação Infantil. Vale, ainda, lembrar que “a dinâmica de um grupo de crianças é maior que a rotina da creche” (BATISTA, 2001). Isto é, a rotina aqui proposta é apenas uma sugestão, pois a melhor rotina para cada grupo de crianças só pode ser estabelecida pelo seu professor, no contato diário com as crianças.
Avaliação na Educação Infantil: o adulto como um dos mediadores do desenvolvimento infantil.
Nenhuma proposta de organização do trabalho pedagógico está completa sem expressar sua concepção sobre avaliação. Afinal, a forma como os educadores realizam suas avaliações sobre os alunos expressam, em último grau, a sua concepção de educação. Seja como uma educação repressora e bancária, onde o professor deposita o conhecimento, que o aluno deve reproduzir. Ou como uma educação progressista e democratizadora, voltada para o pleno desenvolvimento do ser humano, de sua consciência crítica, de sua capacidade de ação e reação. Nesta última visão a avaliação não tem a função de medir, comparar, classificar, e aprovar/reprovar, excluindo aqueles que não chegam ao padrão preestabelecido. Mas a função de proporcionar ao professor uma melhor compreensão sobre a aprendizagem dos alunos, avaliando constantemente o trabalho pedagógico por ele oferecido aos alunos, a fim de poder superar as dificuldades encontradas. É esta a concepção que defendemos.
No que se refere à Educação Infantil, esta postura avaliativa significa a adoção de “posturas contrárias à constatação e registro de resultados alcançados pela criança a partir de ações dirigidas pelo professor, buscando, ao invés disso, ser coerente à dinâmica do seu processo de desenvolvimento, a partir do acompanhamento permanente da ação da criança e da confiança na evolução do seu pensamento. Tal postura avaliativa mediadora parte do princípio de que cada momento de sua vida representa uma etapa altamente significativa e precedente as próximas conquistas, devendo ser analisado no seu significado próprio e individual em termos de estágio evolutivo de pensamento, de suas relações interpessoais. E percebe-se, daí, a necessidade do educador abandonar listagens de comportamentos uniformes, padronizados, e buscar estratégias de acompanhamento da história que cada criança vai constituindo ao longo de sua descoberta do mundo. Acompanhamento no sentido de mediar a sua ação, favorecendo-lhe desafios, tempo, espaço e segurança em suas experiências.” (HOFFMANN, 1996, p. 24)
Esta proposta de avaliação concebe o professor/adulto como mediador. Isto significa que não é esperado que, na avaliação, a criança reproduza os conhecimentos que o professor transmitiu. Pois aqui o professor não é a única “fonte” de conhecimento. O conhecimento surge da relação que a criança estabelece com as outras crianças (de diferentes idades), com os adultos (pais, professores, e outros) com o meio ambiente e com a cultura. Por tanto, ela jamais irá reproduzir uma informação recebida, mas sim irá fazer a leitura desta informação, de acordo com os recursos de que dispõe. O professor, as outras crianças, o meio, a cultura, todos estes elementos são agentes mediadores entre a criança e a informação. Entre conhecimento e desenvolvimento. Entre cultura e inovação.
Por isto, não há como avaliar a criança de acordo com expectativas preestabelecidas pelo adulto. Não é possível preencher listas, formulários ou boletins, pois isto tudo significaria comparar e medir, classificando as crianças. O registro da avaliação deve ser o registro da história vivida pela criança, no período descrito. Desta forma podem ser utilizados relatórios descritivos e porta-fólios, por exemplo. Quanto aos relatórios descritivos, estes devem ser elaborados de maneira que “ao mesmo tempo que refaz e registra a história do seu processo dinâmico de construção do conhecimento, sugere, encaminha, aponta possibilidades da ação educativa para pais, educadores e para a própria criança. Diria até mesmo que apontar caminhos possíveis e necessários para trabalhar com ela é o essencial num relatório de avaliação, não como lições de atitudes à criança ou sugestões de procedimentos aos pais, mas sob a forma de atividades a oportunizar, materiais a lhe serem oferecidos, jogos, posturas pedagógicas alternativas na relação com ela.” (HOFFMANN, 1996, p. 53)
Enfim, esta é uma proposta de avaliação em que não apenas a criança é avaliada, mas todo o trabalho pedagógico oferecido a ela também é avaliado, repensado e modificado sempre que necessário. Não é uma avaliação final, pontual, retratando um único momento da criança. Mas uma avaliação processual, que, entretanto, é registrada periodicamente.
Concluindo (por enquanto).
Como afirma o Dr. Lisboa, “O fundamental para as crianças menores de seis anos é que elas se sintam importantes, livres e queridas.” (LISBOA, 2001) Este deve ser o objetivo fundamental de qualquer ação educativa voltada para as crianças de 0 a 6 anos. A organização do trabalho pedagógico visando alcançar estes objetivos pode assumir várias formas, expressas em diferentes métodos. Mas, necessariamente, tem de ser pautada por uma postura de respeito à criança: ao seu ritmo de desenvolvimento, à sua origem social e cultural, às suas relações e vínculos afetivos; à sua expressão (plástica, oral, escrita, em todos os tipos de linguagem) e às suas idéias, desejos e expectativas. Sem, porém, jamais abdicar da procura por ampliar, cada vez mais, este mundo infantil.
Bibliografia
ABRAMOVICH, Fanny. O professor não duvida! Duvida? São Paulo: Gente, 1998.
BATISTA, Rosa. A rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto e o vivido. Trabalho apresentado
na reunião anual da ANPEd, em outubro/2001.
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CUNHA, Suzana R. V. da (org.). Cor, som e movimento: a expressão plástica, musical e dramática
no cotidiano da criança. Porto Alegre: Mediação, 2001.
DEVIRES, Rheta; ZAN, Betty. A ética na educação infantil: o ambiente sócio-moral na escola. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1998.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a
criança. Porto Alegre: Mediação, 1996.
KAMII, Constance; DEVRIES, Rheta. Piaget para a educação pré-escolar. Porto Alegre: Artes
médicas, 1991.
KRAMER, Sônia (org.). Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular para a educação
infantil. São Paulo: Ática, 1999, 13 ed.
KRAMER, Sônia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. São Paulo: Cortez, 1995, 5
ed.
KRAMER, Sônia; SOUZA, Solange Jobim e (org.). Educação ou tutela? A criança de 0 a 6 anos. São
Paulo: Loyola, 1991.
LISBOA, Antônio Márcio Junqueira. Correio Braziliense, 20/04/2001.
LISBOA, Antônio Márcio Junqueira. O seu filho no dia-a-dia: dicas de um pediatra experiente. Vol. 3.
Brasília: Linha Gráfica, 1998.
OSTETTO, Luciana Esmeralda (org.). Encontros e encantamentos na educação infantil: partilhando
experiências de estágios. Campinas, SP: Papirus, 2000.
WINNICOTT, Donald Woods. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982.

Taicy de Ávila Figueiredo
Pedagoga, mestranda em Educação. Professora de Educação Infantil, atuando na Secretaria de Educação do Distrito Federal.
taicy@uol.com.br
Fonte: http://www.psicopedagogia.com.br/novas/educacao_infantil.htm

28 de dezembro de 2007

Faça sua parte!!!!Pequenos cuidados cotidianos fazem toda diferença na hora de manter a saúde do planeta e garantir o bem-estar geral




Um relatório publicado recentemente alertou o mundo para os perigos do aquecimento global e suas drásticas conseqüências. Os principais vilões desse cenário assustador são a queima de combustíveis fósseis, como, por exemplo, o petróleo e o gás natural, e a produção assustadora de lixo, marca registrada das grandes metrópoles. Se, por um lado, a solução do problema passa por medidas globais, por outro, ela também está em suas mãos.

Porém, tão importante quanto colocar a mão na massa é partilhar conceitos de preservação ambiental com os seus filhos, seja em casa, seja na escola. "Algumas atitudes devem ser ensinadas às crianças desde o início de sua escolaridade, mesmo que nos primeiros anos elas não tenham clareza da importância dessas ações", explica Beatriz Pedro Cortese, orientadora pedagógica da escola Carlitos, de São Paulo. "Quanto mais cedo o tema for abordado com as crianças, maiores as chances de despertar a consciência pela preservação."




Economize água


  • Somente 2,5% da água do planeta é doce e apenas 0,3% encontra-se acessível em lagos, rios e lençóis subterrâneos. Lembre-se disso antes de desperdiçar.

  • Você sabia que deixar a torneira da pia aberta durante 15 minutos gasta cerca de 243 litros de água? Para diminuir o consumo na hora de lavar a louça, limpe os restos dos pratos e panelas com uma escova e jogue no lixo. Em seguida, coloque água na cuba até a metade para ensaboar. E, somente depois de terminar, comece a enxaguar.

  • Uma lavadora de louças para seis pessoas gasta 40 litros toda vez que é ligada. Por isso, o ideal é usá-la somente quando estiver cheia e não com poucos utensílios.

  • Observe se a válvula da bacia sanitária não está vazando. Em bom estado de funcionamento, gasta 10 litros de água toda vez que é acionada. Do contrário, pode chegar até 30 litros. O mesmo conselho vale para a torneira: gotejando, chega a um desperdício de 1.380 litros por mês e um filete de mais ou menos 2 milímetros totaliza 4.140 litros num mês.

  • Escovar os dentes por 5 minutos com a torneira não muito aberta manda embora 12 litros de água. Mas, se só molhar a escova e fechar a torneira enquanto lava os dentes e, ainda, enxaguar a boca com um copo de água, você consegue economizar mais de 11,5 litros.
  • Um banho de ducha por 15 minutos, com a torneira ligeiramente aberta, consome 243 litros. Se você fechar o registro enquanto se ensaboa, e ainda diminuir o tempo de banho para 5 minutos, o consumo cai para 81 litros.


Recicle o lixo


Mesmo que a sua cidade não ofereça serviços de coleta seletiva, separe o lixo em casa e descubra para onde você pode levar material reciclável como vidro, plástico, metal e papel.


  • A reciclagem de uma única latinha de alumínio economiza energia suficiente para manter um aparelho de tevê ligado durante três horas.

  • O plástico é 100% reciclável. Já, se não passar por esse processo, demora 450 anos para se decompor. Se possível, prefira embalagens de vidro.
  • Uma tonelada de papel reciclado permite a economia de 4.200kw/h de energia, 17 árvores, 27 quilos de poluição do ar e 26.495 litros de água. Um bom começo é ensinar as crianças a usar os dois lados da folha de papel e também não desperdiçar quando for imprimir seus trabalhos escolares.
  • Devido a seus componentes tóxicos, não jogue no lixo pilhas e baterias, principalmente aquelas que contêm em sua composição cádmio, chumbo e mercúrio. O ideal é devolvê-las aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica, que darão o tratamento ambiental adequado.


Não desperdice energia

Embora cause menos impacto do que a queima de combustível fóssil, o modo de produção da energia também é desfavorável à natureza. Economize.

  • Na hora da compra, prefira as lâmpadas fluorescentes com o Selo Procel Inmetro de Desempenho. Elas consomem menos energia e duram dez vezes mais que as incandescentes. O mesmo vale para alguns eletrodomésticos como freezer, geladeiras e aparelhos de ar condicionado.
  • Tomadas quentes são sinônimo de desperdício. Por isso, evite o uso de benjamins.

  • Pinte o teto e as paredes internas com cores claras, que refletem melhor a luz, diminuindo a necessidade de iluminação artificial.
  • Não deixe os acessórios do computador, como a impressora e o estabilizador, por exemplo, ligados sem necessidade.
  • Instale geladeiras e freezers em local bem ventilado, longe do fogão, de aquecedores e áreas expostas ao sol. Também não abra a porta sem necessidade ou por tempo prolongado.
  • Evite ligar o ferro elétrico nos horários em que muitos outros aparelhos estejam ligados. Ele sobrecarrega a rede elétrica.
  • Se sua casa tiver chuveiro elétrico, use resistências originais, verificando a potência e a voltagem correta do aparelho. Jamais faça emendas ou adaptações, pois esse procedimento aumenta o consumo de energia e pode causar sérios danos à instalação e ao chuveiro.
  • Quando for usar a máquina de lavar, lave a quantidade máxima de roupa indicada pelo fabricante.

http://www.divaonline.com.br/



Brincar só faz bem


Na praia, no parque, no quintal ou até mesmo dentro de casa, arrume um tempo e experimente algumas brincadeiras com seu filho. Vocês vão adorar!


Dizem os especialistas que manter o bom humor e atividades físicas são fatores essenciais para a saúde do corpo e da mente. Brincar com seu filho aumenta o vínculo entre vocês, desenvolve a criatividade de ambos e faz com que você gaste energia de uma forma divertida.Aproveite o final de semana, as férias escolares e experimente algumas dessas brincadeiras que você certamente já conhece. Ensine as crianças e relembre o quanto é gostoso brincar. Boa diversão.

Balança caixão.


É uma brincadeira para ser feita ao ar livre, no recreio ou na rua. Uma criança vira "rei" e senta-se no "trono". Uma outra vira "servo" e apóia o rosto no seu colo. As demais formam uma fileira atrás do "servo", apoiando-se umas nas costas das outras. O último da fila dá um tapa nas costas da pessoa da frente e vai se esconder. Assim por diante até chegar a vez do "servo", o qual irá procurar todos. Antes de cada criança dar o seu tapa, a fila balança para um lado e para o outro recitando:
Balança caixão

Balança você

Dá um tapa nas costas

E vai se esconder


Está no seu nariz.


Esta é uma brincadeira tradicional do Estado de São Paulo. Ideal para ser feita em espaços fechados, como por exemplo, sala, quarto ou varanda, e precisa de, pelo menos, três pessoas. Escolhe-se uma delas para começar e os demais saem do lugar. Ela deve colocar um anel (ou outro objeto não muito grande) em um lugar visível à altura dos olhos (galinha), no chão ou próximo a ele (cobra), ou no alto (passarinho). Quando as crianças entram no ambiente perguntam: "é cobra, galinha ou passarinho?". A pessoa fala o nome do bicho e aguarda em silêncio. O primeiro que encontrar, senta, espera que os demais também achem e será o próximo a esconder. Essa rodada só termina quando a última pessoa encontra o objeto.


Corrida da batata (ou do ovo).

É uma brincadeira para ser feita ao ar livre com quatro ou mais jogadores divididos em duas equipes. Cada uma delas fica em uma coluna, separada pelo espaço de três metros. O primeiro jogador de cada coluna ficará na linha de partida segurando com a mão esquerda uma colher com uma batata (ou um ovo de madeira). Terão à sua frente, a uma distância de 10 metros, uma cadeira. Dado o sinal de início, saem correndo os primeiros jogadores. Ao atingirem as respectivas cadeiras, mudam a colher da mão esquerda para a direita, contornam as cadeiras e voltam ao ponto de partida. Aí chegando entregam a colher aos segundos jogadores que tomam seus lugares à frente da coluna e, em seguida, vão permanecer atrás do último jogador do seu partido. Os segundos jogadores, ao receberem a colher, repetem a ação dos seus antecessores. Os demais procedem de modo idêntico aos dois primeiros. Será considerada vitoriosa a coluna cujo último jogador entregar a colher com o ovo ao jogador iniciante, em primeiro lugar.


Cada macaco no seu galho.


Para ser feita ao ar livre, é um tipo de pegador, onde o pique consiste em colocar-se com os pés fora do chão: em árvores, bancos etc, onde os participantes estarão salvos
Mãe da ruaEsta é uma brincadeira de rua, que só deve ser feita assim se não houver perigo para as crianças. Se não for possível, um adulto pode desenhar o traçado de uma rua no pátio ou quintal. Para esse tipo de pegador é preciso ter 3 ou mais crianças. A "mãe" fica no meio da rua e os outros participantes na calçada.. As crianças devem atravessar de uma calçada a outra, pulando em um pé só. Quem for pego pela "mãe", que corre pelo meio da rua usando os dois pés, passa a ser também o pegador.


Gato mia.

Esta é uma brincadeira para ser feita dentro de casa e é preciso ter, no mínimo, 3 crianças. Num lugar fechado, com a luz apagada, as crianças ficam em silêncio. A criança (que foi sorteada antes) pergunta "gato mia?" e quem responder tem que disfarçar a voz para que a outra (a sorteada) não descubra quem respondeu.



27 de dezembro de 2007

PROJETO TRÂNSITO



JUSTIFICATIVA

Possibilitar à criança o acesso às noções básicas do trânsito, visualizando que cuidados se deve ter com o trânsito nos dias de hoje, as regras e conscientizá-los que a imprudência no trânsito leva as pessoas a morte, sensibilizar também os familiares sobre essas regras.

OBJETIVO

Propiciar às crianças, por meio de atividades variadas, a identificação do que é o trânsito e o que o compõe, incluindo placas e sinalização.
Desenvolver hábitos de um pedestre e condutor conscientes.
Aprender a respeitar às autoridades do trânsito.
Despertar uma consciência ambiental desde pequenos.

DESENVOLVIMENto

Textos informativos;
Conversas participadas;
Pesquisas;
Recorte e colagens;
Atividades gráficas;
Produção de texto;
Desenho e pintura;
Músicas;
Simulação do trânsito;
Confecção do semáforo;
Lembrete informativo;
Placas e sinais de trânsito;
CULMINÂNCIA

Mobilização na área externa do colégio com placas e cartazes no horário de saída para que a comunidade se conscientize da importância de respeitar regras de trânsito.

sugestão da "Angélica"

26 de dezembro de 2007

DINAMICAS


Dinâmica 01: A vida é uma novidade vibrante!!
Desenvolvimento: Sentados(as) em pequenos círculos (5 a 6 pessoas), cada participante pega um giz de cera de cor diferente da que o(a) companheiro(a) escolher. Ao som da música, cada um inicia um desenho, procurando expressar um problema ou uma idéia. Ao comando do animador, cada participante passa o desenho para a pessoa da direita, recebe o desenho da pessoa da sua esquerda (sem mudar a cor do seu lápis) e prossegue a atividade, observando o que recebeu e completando o desenho com o que considerar oportuno para a solução do problema ou enriquecimento da idéia. Quando a folha com a qual cada participante iniciou a atividade, retornar às suas mãos, fazem-se os comentários e reflexões.
**Considerações que podem auxiliar:
*Permitir que o outro partilhe com você e que o(a) ajude.
*Se você for forte, nunca tenha tanto orgulho de sua força, a ponto de pensar que não precisa de apoio.
*Refletir: A minha cor foi importante para o outro? A cor do outro foi importante para mim?
*Mesmo com uma cor escura no momento, você pode expressar bons sentimentos. A força interior existe! O mesmo lápis que escreve o ódio, escreve AMOR.
*Cada um de nós tinha uma cor, mas o desenho que está conosco não tem apenas mais uma cor, tem outras cores.
Quando estamos abertos para receber o outro, a vida é uma novidade vibrante!!!
Dinâmica 02: Como transformar defeitos em virtudes?
Desenvolvimento: Animador: "Falando em cores do arco-íris...vamos pensar na harmonia que existe entre elas, nas partículas de água que refletem de formas diferentes, na água que bebemos, no ciclo da vida... e vamos escolher uma bexiga que retrate uma das cores desse arco-íris que estamos vendo."
Os participantes, em posse de suas bexigas, fecham os olhos e ouvem novamente o animador:
-Vocês terão que encher uma bexiga, ao máximo, sem estourá-la e não poderão abrir os olhos. Deverão segurar o balão apenas pelo "caninho".
O animador solicita aos participantes que encham cada vez mais os seus balões e, quando observar que várias bexigas já estouraram, promove a reflexão.
Pontos relevantes para serem refletidos:
*Quando paro sem encher muito a bexiga, contento-me com o pequeno porque tenho medo! (Colocamos menos do que poderia ser colocado).
*Mais e melhor, até estourar! Exagero também é erro. (A regra era clara: não podia estourar).
Ter controle da situação é uma virtude, mas não posso querer controlar tudo!
Qual é o nosso ponto de equilíbrio?
É preciso ir em frente, porém, respeitando as regras do grupo, o limite do outro.
Nosso grande desafio é NOS CONHECERMOS MELHOR!
"Não são as virtudes que dão grandeza ao homem, mas o homem que faz as suas virtudes!"
Mensagem: Ser feliz!
Dinâmica 03: Eu construo!
Desenvolvimento: O animador distribui uma página de jornal para cada participante. Diz que irá propor algumas trocas e que a regra será a de aceitá-las.
Escolhe aleatoriamente cinco participantes do grupo e faz as trocas por
uma folha bem amassada;
um pedacinho de jornal rasgado;
uma gravura bem bonita do jornal;
uma folha cheia de buracos;
uma tira de jornal.
Solicita, em seguida, que construam algo com a folha que possuem em mãos.
Pede que alguns participantes expliquem o que construíram e que todos os cinco também apresentem as suas "obras".
Reflexões:
A criatividade é um dos grandes lemas.
A vontade é o caminho.
Todos podemos construir algo de valor nessa vida!
Mensagem: Um Sorriso Diferente!


Dinâmica 04: Consciência com ação.
Desenvolvimento: Cada participante se apresenta: "Eu sou uma rua, uma avenida, um bosque, uma praça assim...(com muitas árvores, local alegre e cheio de crianças...) e me chamo...(nome do participante)".
Após a apresentação oral de todos, cada um escreve o que esse lugar (rua, praça ou bosque) quer dizer para o mundo. (Fundo Musical). Exemplo:
A rua ...quer dizer ao mundo:
"Chegam até mim pessoas verdadeiras, alegres, sábias e humanas. Que eu possa sempre acolher você e fazê-lo crescer, como tantos me fazem."
Enquanto cada participante lê o quer dizer ao mundo, o animador redige pontos marcantes dos textos lidos formando uma mensagem do grupo. Elege-se um título. Exemplo: "Nós somos assim...quem quer nos acompanhar?"
Enriquecimentos para as reflexões no grupo:
*Maneira descomplicada de entender o outro.
*É preciso ter simplicidade ( O que eu transformei em necessidade? O que eu transformei em desejo?)
*É importante que eu reflita sobre a minha liberdade (O ano do carro é fundamental? Estamos na era do consumo. Muitas pessoas programam ir ao shopping para dar um passeio e, se essa saída resulta em compras, reclamam porque gastaram; se não compram, reclamam porque queriam-"fulano tem").
*A responsabilidade é essencial. (Caminha junto com a liberdade)
*O respeito pela pessoa humana é fundamental.
*Um novo século, um novo mundo e... muita criatividade!(Toda negatividade a ser retirada precisa ter algo positivo no lugar! É preciso ser criativo!)
*Desafio diário: Modificar e repensar o "meu comportamento", somente assim farei com que o outro reflita.
**Ninguém viu um átomo, assim como ninguém viu a alma e, no entanto, as grandes energias estão presentes; às vezes nas menores partículas.
**Ser um profissional, qualquer um pode ser, porém, tornar-se um grande profissional e uma grande pessoa é o grande DESAFIO!!!
Dinâmica 05: Comunicação Efetiva!
Desenvolvimento: Todos os participantes balançam uma folha de papel e ouvem o barulho. (O animador faz as devidas relações. Exemplos: Esse é o "barulhinho que acontece dentro de nós quando ficamos ansiosos, quando não conseguimos dialogar com o outro...) O animador então sugere: "- Vamos amassar essa confusão interior, vamos jogar fora tudo que não é bom. Os participantes amassam a folha de papel. O animador fala da importância da comunicação e do amor; sugere então que desamassem a folha com cuidado, que tentem deixá-la bem lisinha. (Faz novas relações. Exemplo: Vejam como a folha está marcada, nunca esquecemos dos gestos amáveis e das palavras amigas). O animador sugere que novamente balancem as folhas. O barulho sumiu! Precisamos nos amassar e nos amar nos relacionamentos!
Reflexão:
* Comunicação Efetiva Sem ela as decisões tornam-se complicadas. Portanto, precisamos ser VERDADEIROS !
Dinâmica 06: Intuição e sensibilidade na gestão de pessoas.
Desenvolvimento: O animador lança uma pergunta e solicita que apenas pensem na resposta.
"- Cada um de vocês ganhou uma herança que está no outro lado do oceano. Vocês realmente não podem ir buscá-la, mas podem denominar alguém para essa tarefa. Quem vocês enviarão? Por quê?"
Os participantes registram em seguida duas qualidades dessa pessoa.
O animador solicita que expressem oralmente essas qualidades e as registra no quadro de giz. Conclui dizendo que as anotações pessoais são os valores que cada participante considera como mais importantes nessa vida e que os valores registrados no quadro são os valores daquele grupo.
Exemplo da anotação de um determinado grupo:
Cumplicidade Amor ++++
Sensibilidade Honestidade +++
Confiança +++ Responsabilidade +
Respeito + Integridade
Segurança Criatividade
Reflexões:
*Quando fazemos com o grupo, o grupo se compromete com as ações.
*As próprias pessoas têm as respostas que buscam.
Novas sugestões de Dinâmicas:
Fonte: Livro "Exercícios Práticos de Dinâmica de Grupo"
(Silvino José Fritzen)
Dinâmica 07: Eficiência de um trabalho em equipe (A corrida de carros)
Objetivos:
a)Demonstrar rapidez num trabalho de equipe.
b)Desenvolver agilidade mental e capacidade de raciocínio.
c)Desenvolver a imaginação e a criatividade.
Tamanho do grupo: Diversos subgrupos de cinco a sete membros cada um.
Tempo Exigido: Aproximadamente vinte minutos.
Material Utilizado: Uma cópia da Corrida de Carros, conforme se encontra no final do exercício; - Lápis ou caneta.
Ambiente Físico: Uma sala com carteiras para acomodar todos os membros participantes.
Processo:
I. A tarefa de cada subgrupo consiste em resolver, na maior brevidade possível, o problema da Corrida de Carros, conforme explicação dada na folha, que será entregue a cada pessoa do grupo;
II. A seguir, lê-se em voz alta, o conteúdo da folha, e formam-se os diversos subgrupos para início do exercício;
III. Todos os subgrupos procurarão resolver o problema da Corrida de Carros, com a ajuda de toda a equipe;
IV. Obedecendo às informações constantes da cópia da Corrida de Carros, a solução final deverá apresentar a ordem em que os carros estão dispostos com a respectiva cor, conforme chave anexa;
V. Será vencedor da tarefa o subgrupo que apresentar por primeiro a solução do problema;
VI. Terminado o exercício, cada subgrupo fará uma avaliação acerca da participação dos membros da equipe, na tarefa grupal;
VII. O animador poderá formar o plenário com a participação de todos os membros dos subgrupos, para comentários e depoimentos.
A CORRIDA DE CARROS
Oito carros, de marcas e cores diferentes, estão alinhados, lado a lado, para uma corrida. Estabeleça a ordem em que os carros estão dispostos, baseando-se nas seguintes informações:
O Ferrari está entre os carros vermelhos e cinza
O carro cinza está a esquerda do Lotus.
O McLaren é o segundo carro á esquerda do Ferrari e o primeiro á direita do carro azul.
O Tyrrell não tem carro á sua direita e está logo depois do carro preto.
O carro preto esta entre o Tyrrell e o carro amarelo.
O Shadow não tem carro algum á esquerda: está á esquerda do carro verde.
A direita do carro verde está o March.
O Lotus é o segundo carro á direita do carro creme e o segundo á esquerda do carro marrom.
O Lola é o segundo carro á esquerda do Isso.
Corrida de Carros
A Solução.
O Shadow, cor azul.
O McLaren, cor verde.
O March, cor vermelha.
O Ferrari, cor creme.
O Lola, cor cinza.
O Lotus, cor amarela.
O Iso, cor preta.
O Tyrrel, cor marrom
Dinâmica 08: Esclarecimento de Valores
Objetivos:
a) Demonstrar que o conceito de valores varia de acordo com as pessoas.
b) Conscientizar os membros participantes sobre o problema de valores diferentes.
Tamanho
Do Grupo: Oito a dez pessoas, podendo fazer-se o exercício, com vários subgrupos, simultaneamente.
Tempo
Requerido: Vinte e cinco minutos, aproximadamente.
Material
Exigido: Papel em branco, lápis ou caneta.
Redação de três frases.
Ambiente
Físico: Uma sala suficientemente ampla, com cadeiras, para acomodar todos os membros participantes.
Processo:
I. O animador explica inicialmente o exercício, e a seguir distribui uma folha com frases para cada membro, para que possa escolher uma dentre as três que achar a mais importante. As três frases podem ser, por exemplo:
. Ser generoso com as demais pessoas.
. Ser seu próprio chefe.
. Ter amigos compreensivos.
II. Feita a escolha, formam-se subgrupos, juntando-se os membros de acordo com a escolha feita. Aqueles que escolheram, por exemplo, a primeira frase, como sendo a mais importante, irão discutir as razões desta importância. Assim, formam-se subgrupos semelhantes, para cada combinação de frase.
III. Após uns dez minutos de discussão, forma-se o plenário, para expor a todos os participantes as razões da escolha de tal ou qual frase.
No final, haverá um momento para depoimentos sobe a experiência vivida no exercício.
Outros Tipos de Frases
. Sair de mim mesmo para ajudar os demais.
. Poder indicar aos outros o que fazer.
. Livrar-se das normas e das leis.
. Fazer o que for moralmente correto.
. Preparar os demais para ajudar-me.
Que a cada dia ,possamos crescer mais como pessoas e fazer felizes os que nos cercam!!


Dinâmica 09 - Canudinhos
A professora divide a turma em equipes e desenha no chão um círculo para cada equipe. No centro de cada círculo, coloca-se canudinhos de refrigerante de vários tamanhos.
As equipes se posicionam em volta e ao iniciar da música andam. A única regra do jogo é não falar. Na primeira palma da professora, as crianças abaixam e começam a construir o que vier à cabeça. Na segunda palma, as crianças levantam e trocam de círculo - vão para o círculo do lado e andam observando o contruído nesse novo círculo. Na palma, abaixam e continuam construindo, na palma voltam ao cículo de origem e assim sucessivamente, até o término da música.
* O mais importante da dinâmica é a aboradagem posterior. Exemplo:
A idéia inicial que vocês tiveram foi concluída?
Vocês estão felizes com o que estão vendo?
João, qual desses quadros você levaria para casa? Por quê?
Maria, as casas que você conhece são todas assim? Como são?
Teresa, as formas geométricas estão presentes nesses quadros? Quais?
Mateus, onde há mais a cor azul? Retire os canudos e conte-os para verificar.
Lucas, escolha um quadro e comece uma história.
Roberta, continue...
E assim , a professora vai explorando, interligando as áreas de conhecimento até chegar no ou nos objetivos pretendidos.
Exemplo: Produção de texto / Escrita das palavras nomeando os objetos que surgiram nas construções / Trabalhar evolução da moradia / Somar ou diminuir os canudos de um círculo e outro, etc.
Obs.: Dinâmica oportuna para explorar "sentimentos e valores".
Professora dá a temática para as construões :
Figura Humana
Triângulo
Uma palavra com D
Uma equipe conta para outra equipe resolver
Um símbolo para a PAZ, etc.

DINAMICAS

Recreio com cores – a docente prepara cartões coloridos de acordo com o número de alunos. Exemplo: 04 cartões de cada cor – azul, amarelo, verde, vermelho, branco e laranja para distribuí-los aleatoriamente entre 24 crianças. Propõe então, um recreio diferente: " Hoje vocês passarão o recreio com os(as) coleguinhas que receberem a mesma cor do cartão que cada um de vocês receberá. É uma oportunidade de nos conhecermos melhor ainda. Será um recreio colorido, diferente e, no retorno, conversaremos sobre as experiências de cada grupo." A professora distribui os cartões e solicita que antes de saírem para brincar e lanchar, que se organizem nos grupos e conversem sobre a cor recebida (o que ela simboliza para cada um, o que existe nessa cor...)
A reflexão após o recreio é de extrema importância para a construção de ALGUNS valores

Correio da Amizade – Sortear entre os colegas um "Amigo Secreto", escrever para ele; a turma e a professora vão até o correio e esperam pelo momento da revelação em casa, ou seja, o dia em que as correspondências chegarem nas residências de cada um!
Cada turma fixa uma caixa de correio (feita de caixa de sapato) no lado de fora da porta da sala de aula. Durante um determinado período, as turmas vão trocando correspondências. Para culminar o trabalho, pode-se planejar um piquenique entre elas.
Cada criança escreve um bilhetinho para um colega que "deixou magoado".
Cantinhos – nos murais de sala, alguns cantinhos podem ser organizados. Exemplos: "Recadinhos do Coração" (os alunos fixam bilhetes para crianças que retornam às aulas após um período de faltas, expressam sentimentos espontâneos ou observações sobre as atitudes dos colegas, por meio da escrita ou do desenho... e a docente vai trabalhando e estimulando.) / "Galeria do posso, não posso" (cada aluno confecciona duas telas em pintura expressando por meio de desenhos atitudes de grupo- "posso, não posso". A professora expõe as telas e discute-se, a partir daí, as normas de atitudes entre os integrantes da turma que irão vigorar durante o período letivo. Dessa forma, o comprometimento é maior, ou seja, são eles quem elaboram as regras.



Atividades em cadernos – trabalhando sentimentos e emoções:
HOJE ESTOU ASSIM...
(A professora cola um círculo nos cadernos para que as crianças desenhem nele, a expressão facial conforme o que sugere o título.)
PORQUE... (os alunos justificam por meio da escrita o porquê de estarem alegres, tristes, com medo...) Conforme a percepção da professora regente, ela vai resgatando alguns valores como: companheirismo, amizade, segurança, união, compreensão...



VOCÊ MORA NO MEU...
Cada criança escreve dentro do coração o nome de um(a) colega e, em seguida, registra por meio da escrita o que pensa e sente por ele(a). Exemplo: "Você é especial, muito amigo!"
ABC dos valores:
A-AMOR
B-BONDADE
C- CARINHO
D- DEDICAÇÃO
E- ESPERANÇA...
(Os alunos opinam, registram e ilustram!)

ALFABETO DA AMIZADE:
A – AMOR É INDISPENSÁVEL ENTRE AMIGOS.
B – BONDADE É SERVIR A PESSOA QUE ESTÁ PRÓXIMA A NÓS.
C – COMPANHEIRISMO É O QUE SINTO QUANDO ESTOU JUNTO DE VOCÊ...

(Cada aluno cria o seu "Alfabeto da Amizade" , escrevendo para cada letra do alfabeto uma frase iniciada por ela. Podem ilustrá-las.)

ACRÓSTICOS:
Amor
Mais compreensão
Igualdade
Gostar do outro
Ouvir os colegas
Riqueza interior é o que vale
Experimente esse sentimento de paz
Sinta a emoção de ser feliz
Pense no bem-estar da humanidade
Espere um outro sorriso quando você sorrir
Inverta uma atitude não amiga demonstrando a sua amizade
Tenha respeito pelo outro
Ouça seu coração e siga a caminhada com sabedoria e tranqüilidade.
(Com alguns valores, os alunos criam acrósticos!)
A MINHA LUZ ESTÁ ACESA QUANDO...
(Após o conto do livro: "Se ligue em você", os alunos realizam essa atividade, registrando dentro da estrela um BOM SENTIMENTO!)
NA ESCOLA:
FICO ALEGRE QUANDO...
SINTO QUE TENHO UM AMIGO QUANDO...
RESPEITO O OUTRO QUANDO...
(Os alunos completam frases como essas em seus cadernos.)
Emocionômetro – É um quadro de pregas com quatro "caretinhas": ALEGRE, TRISTE, MEDO, NORMAL(sem grandes emoções). Os alunos encaixam seus nomes na fileira da caretinha que expressa como estão se sentindo naquele dia e, em seguida, verbalizam o porquê.
A turma conversa e, se for o caso, propõe alternativas para resoluções de determinados problemas.
*Esse trabalho é feito duas vezes por semana nas turmas da Educação Infantil à 4ª série. Desenvolve-se o "verdadeiro espírito de EQUIPE"!
A Árvore da Vida – Essa dinâmica foi feita por algumas professoras em reunião com Pais.
Na sala está exposto um desenho de tronco de árvore e na raiz está escrito: "Ser feliz"!
A docente propõe que os pais escrevam uma mensagem de 2º semestre para os filhos, ou para "tal" bimestre. Solicita, porém, que não registrem o nome da criança e que não assinem (para evitar que alunos, cujos pais faltaram à reunião, se frustrem). Os pais dobram os papéis que contém as mensagens, colocam-nos dentro das bexigas, enchem os balões e montam a árvore. Quando os alunos chegam à sala, a professora explora o "presente" deixado pelos pais com seus alunos. É uma reflexão muito válida e os alunos envolvem-se com os compromissos para o determinado período.
Os alunos podem escolher um nome para a árvore e registrar esse momento no caderno.
Confecção de murais sobre valores fixados pela escola.
Conversas informais – aproveitando acontecimentos do dia-a-dia.
Relatos de experiências – atitudes de ajuda ao próximo.
Dicionário dos Valores – Montar um livrinho registrando o valor e o significado dele encontrado no dicionário.
Avião da PAZ – os alunos fazem a dobradura do avião, escrevem mensagens de PAZ e passeando pelo colégio, com a professora, jogam-nos pelas janelas das demais salas de aula. É só aguardar o resultado!!


Professores,
Tudo isso só se torna possível e real pela ação de vocês! Que no interior de cada um exista essa "vontade enorme" de transformar, de colaborar significativamente para uma humanidade mais feliz!
Com carinho e à disposição, Angélica (Colégio Marista Champagnat - 4ª série)